Com o objetivo de agilizar a preparação das atividades de salvamento de pessoas isoladas nas enchentes em Pelotas, foi constituído um grupo de resgatistas voluntários por terra e água, que atuará em paralelo às demais forças da proteção civil ou voluntária. A ideia é promover os salvamentos de maneira organizada e estruturada, baseado em um plano de gerenciamento que inclui o tipo de resgate necessário para cada região específica do Município, em relação ao nível da água encontrado no local. Isso possibilita o direcionamento do mecanismo de resgate mais adequado para cada situação.

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Segundo um dos líderes do grupo, Marcelo Gervini, o time nasceu como um grupo de velejadores e, agora, se expandiu para mais de 240 pessoas de campos variados para o que ele denomina como “operação de guerra”, o que requer estruturação dos meios disponíveis. “Com água até o joelho, dá pra sair caminhando ou entrar de caminhonete. Até a cintura, os jipes que fazem trilha conseguem andar até certo ponto, e barcos de alumínio conseguem trabalhar. A partir da linha do peito, a gente entra com embarcações maiores, como embarcações infláveis de alta performance”, explicou Gervini. Ele acrescenta que essa preparação é baseada na experiência de resgates realizados nos últimos cinco dias no Laranjal. 

Ao todo, são 26 profissionais em resgate na água e o restante são amadores, e isso se soma aos demais grupos de resgate por terra, que também estão envolvidos no processo. Além disso, o trabalho é dividido em três equipes: uma de terra, uma de água e outra especificamente profissional. Dentro da esfera aquática, o time profissional tem o papel de orientar o time amador, dando instruções acerca dos procedimentos essenciais, princípios de segurança e de preservação da vida. Todo o serviço realizado tem o suporte de ambulâncias e paramédicos, tanto para quem for resgatado quanto para quem efetua os salvamentos. 

Trabalho conjunto

Gervini diz que o trabalho de salvamento realizado na água exige prática de navegação e de resgate, e que o grupo pode cooperar com outras forças de salvamento para que a atuação aconteça de maneira mais efetiva. “A cooperação via Brigada Militar, com o General do Exército, com as demais forças, é muito importante. Por exemplo, a gente fez algumas rondas ontem [sábado], fomos a alguns pontos de atenção, isso foi passado para o comando, que já começou a agir. A gente está trabalhando junto, protegendo as costas um do outro, dando backup de informação de um lado e de outro, porque agora é uma logística de guerra. A gente está correndo contra o tempo”, frisa. 

Resgates por água

Com a participação de profissionais em jet skis e outras embarcações, inicialmente há o cadastramento de cada voluntário para definir sua disponibilidade de horários e zonas de conhecimento na cidade. Conforme o plano de varredura, os resgates são feitos por ruas, primeiro as paralelas e depois as transversais, garantindo que ninguém fique para trás. “A gente vai ter que contornar muitas situações com criatividade e com expertise, de todos que estão envolvidos. A gente tem gente do agro, gente que é engenheira, médico, todos os nichos trabalhando com o seu melhor. Eu acho que está todo mundo aqui envolvido para fazer o que tem que ser feito nesse momento”, destaca.

Recursos 

A manutenção dos equipamentos de resgate, combustível e demais custos provindos dos trabalhos de resgate são inteiramente bancados pelos voluntários. Mesmo assim, é possível ajudar através do Pix 53 99168 5399 (celular). “A gente tem um financeiro para fazer a gestão, a dupla checagem desses recursos, e o que sobrar serádestinado à população que necessita”, garante Gervini.